domingo, 26 de agosto de 2018

Mountain do Fim do Mundo


USHUAIA 21km na Montanha


Este dia corri minha primeira corrida na neve. A mais diferente de todas que já vivi. Todavia, vivo num país tropical de muito sol, e lógico que para quem vive num lugar que só tenha neve, essa prova não teria o mesmo efeito mental que teve sobre mim. Antes mesmo da competição, no treino do dia anterior, já fiquei muito emocionada com o cenário montanhoso coberto de neve, o Canal de Beagle e a cidade se misturando no visual. Sem contar a ventania, que era extrema e me deixava literalmente pasmada e admirada com cada sopro e cada ruído que fazia.







Correr 21km pisando somente em neve nos trás nova experiência. Aos poucos vamos sentindo o terreno e nos adaptando ao piso. Inevitavelmente, o tropeço e o desequilíbrio acontecem, o que nos exige esforços diferentes do físico para se manter firme e forte no caminho. Se vi gente cair!? Sim, mais de uma! Eu quase cai algumas vezes, porque o solo é completamente irregular em muitos trechos, além de algumas pedras ocultas. Foi não foi e consegui segurar! Trabalhar o equilíbrio para corrida de montanha é fundamental.







A paisagem é avassaladora, e deslumbrada, saquei o celular da mochila e fiz algumas selfies, que de nem de longe, podem mostrar a beleza e o encantamento que era aquilo.

O inicio do percurso não era totalmente plano, mas muito bom de se correr. Ali foi o instante de sentir como seria a prova. Em meio a competição chegou uma subida com o máximo de inclinação que uma pessoa pode subir. Nela não tinha fotógrafo e nem apoio e nem nada. Lógico, pois não teria como eles subirem lá. E talvez nem aguentassem. É a mesma subida que os esquiadores sobem de esqui pelo teleférico, e é a mesma pista que descem e que depois descemos. Uma verdadeira ribanceira! Subida da ‘Brigadeiro’, que nada. Eu me joguei nas descidas, porque a ladeira para subir de quase 5k foi feita caminhando e precisava compensar o tempo (eu e toda torcida do Brasil). E foi me jogando que quase cai algumas vezes, mas não foi dessa vez!

Logo no começo da corrida, já da vontade de arrancar tudo, porque o corpo esquenta do mesmo jeito de quando se corre em qualquer lugar. Porém, não se deve em hipótese alguma, tirar as luvas como fiz. Creio que as extremidades precisam realmente estarem protegidas. as minhas mãos queimavam pela temperatura e pelo lugar. Logo dei um jeito de pegá-las novamente e colocar. Quando concluímos a prova, o suor é geral e estamos encharcados!

Senti dificuldade em mexer na mochila, que levava os itens obrigatórias de prova. Creio ter perdido tempo nessa tarefa. Tudo é experiência e aprendizado. Sem contar, que fiquei tão deslumbrada com a paisagem, que saquei o celular e fazia uma selfie a cada 5´! Isso não pode ser. Preciso repetir o evento, com a bagagem que trouxe de lá.

Que emoção foi correr essa prova. A temperatura era -5ºC e o sentimento era +5000000.........°! O visual era como diz o slogan da cidade de Ushuaia, completamente austral!

Muita coisa mudou em mim nesse caminho. Fiquei mais corajosa e mais forte. E vamos seguindo adiante! ~katiatfonseca







segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

São Silvestre 2017

93ª Corrida Internacional de São Silvestre

O que dizer de uma corrida em que a gente diminui 27’ no tempo de um ano em relação ao anterior! Logicamente, que alguns fatores como o clima, contribuíram. Pois é, assim aconteceu comigo nessa corrida que já se tornou bastante familiar, depois de ter participado por sete vezes.
Também teve ballet na pista.

Em sete anos teve recorde pessoal dançando na chuva.

Nesta última, com largada as 9 da manhã, esperei debaixo de chuva por essa partida por quase uma hora. Já iniciei a corrida toda molhada e muito emocionada ao ver o número de runners pelas ruas e o número gigante de pessoas durante todo o percurso, prestigiando e festejando o findar de mais um ano e a aproximação do novo.

Este ano não teve como haver a participação dos pipocas, pessoas que correm sem pagar usufruindo do apoio do evento. A organização esteve impecável. Só entrava na pista, quem tinha seu devido número de peito. Quem não tinha e achou que ia se dar bem, se decepcionou e voltou para casa. Mas que mania é essa, dessas pessoas, de querer ir num evento sem pagar. Isso é o mesmo que ir a um restaurante e não querer pagar a conta. Isso existe produção? Não. Então!

Nessa corrida bati mais um RP (recorde pessoal) em 2017! Acho que estou começando a aprender correr. Pois não foi somente na São Silvestre que melhorei. Foram em todas as provas que fiz no decorrer do ano, me superando em todas elas. De repente os percursos encurtaram e a sofrência abriu caminho para o bem estar durante a corrida. Se é que isso seja possível. Mas de verdade, tenho me sentido melhor tanto nos treinos quanto nas competições. Correr ficou mais fácil, embora seja bem difícil correr com técnica. Mas quando conhecemos os métodos e as estratégias, e ganhamos alguma experiência, tudo fica simples e automático.

Correr a São Silvestre não é o mesmo que fazer 15 km na esteira ou no parque. É uma corrida que enfrentamos a procissão e os desníveis gigantes no asfalto, com todos os seus percalços de piso molhado de chuva. Só eu, vi dois runners escorregando e caindo na descida do cemitério. Devem ter tido outros, e ambos os corredores, me fizeram lembrar do paratleta Israel Cruz Jackson de Barros, que morreu em 2012, em consequência de um acidente numa das descidas. De fato, a primeira descida que os atletas enfrentam, é bastante perigosa, tanto para os atletas cadeirantes quanto aos outros. A atenção ali, em meio ao mar de gente, chuva e poças d’água, precisa ser redobrada.

Meus tempos na corrida, no decorrer dos sete anos que participei, então, ficaram assim:

2011 _ 02:00:16

2012 _ 01:58:54

2013 _ 01:59:31

2014 _ 01:56:17

2015 _ 02:02:30

2016 _ 02:12:12

2017 _ O1:45:00


Um e quarenta e cinco foi a cereja do bolo. Para mim, esse tempo traduz evolução físico e mental. Crescimento na habilidade de correr. Melhoria nas passadas e progresso no que tange ao método e a estratégia. Posso dizer que me dei um up grade no ano que passou.

Desejo um 2018 com muita saúde, paz, alegria, amor e luz para todos!

~ @katiatfonseca